Proteção e Desenvolvimento Social
A partir dos anos 1990 – com a ascensão das políticas sociais tripartite – como saúde, educação e assistência social, garantidas pela constituição de 88 – uma parte das organizações e empresas que atuam em filantropia e ISP incorporou à sua operação, de forma cada vez mais estendida, ações vistas como mais estruturantes, estratégicas e transformadoras para se distanciar de práticas que são convencionalmente chamadas de caridade e assistencialistas, em um esforço de buscar contribuir de maneira mais profunda e transformadora para causas entendidas como prioritárias, como educação.
No entanto, a emergência sanitária desencadeada pela Covid-19 aprofundou a crise socioeconômica; o desemprego e a queda de renda projetam um cenário de incertezas e de fragilidade social para 2021.
Durante a pandemia, muitas organizações do ISP interromperam o curso de suas teorias da mudança e planejamentos estratégicos e canalizaram esforços para prover alimentos, itens de higiene e saúde para parte da população brasileira. O tema da proteção e assistência social voltou a ganhar, assim, centralidade na atuação dos investidores sociais.
O estranhamento inicial com as mudanças abruptas na forma de atuar foi dando lugar a um entendimento sobre a necessidade do campo filantrópico em recorrer a práticas assistenciais e contribuir para enfrentar um dos graves problemas do período: a fome, que voltou a assombrar grande parcela da população brasileira.
De fato, estamos em processo de ressignificação das ações assistenciais dentro do ISP e maior valorização e legitimidade de políticas públicas que garantem direitos básicos e fundamentais dos cidadãos.
Como podemos, então, aproveitar todos esses aprendizados para construir uma atuação potente de apoio na construção de políticas públicas nessa esfera? Quais podem ser as principais contribuições do ISP tendo em conta que, assim como em educação e saúde, o papel do Estado é estruturante e fundamental?