Equidade Racial
Não há dúvidas de que olhar de frente para equidade racial é uma pauta prioritária para a filantropia e o investimento social brasileiro. Também é certo que, nos últimos anos, o tema vem ganhando mais espaço de conversa, reflexão, bem como de ação no setor.
O tema foi uma pauta importante do último Congresso GIFE, em 2018. Lançamos a iniciativa o que o investimento social pode fazer pela equidade racial no mesmo ano. Criou-se a rede temática de Equidade racial em 2019, que apesar de jovem, nasce altamente mobilizada. Alguns atores do campo começam a adotar medidas práticas que dialogam com o tema – seja incluindo-o como foco de atuação, seja repensando processos seletivos ou a composição dos seus conselhos.
O movimento ainda é embrionário, mas avançamos.
No entanto, também é dado que a desigualdade racial segue enorme. E mais do que isso, tem aumentado. Os dados são de conhecimento público. A pandemia fez crescer, colocou luz e trouxe diariamente para as notícias imagens que deram rosto, voz e cores para essa realidade.
A crise emergencial somada a outras tragédias ao longo de 2020 reforça e renova o chamado para que a sociedade lance um olhar mais sensível sobre as desigualdades históricas do país e para que os diferentes setores se sintam mais corresponsáveis por uma mudança.
Por tudo isso, são cada vez mais frequentes e intensas as reflexões sobre como o racismo opera dentro do campo da filantropia e do ISP e sobre formas de tornar o setor mais justo e antirracista nas mais varadas dimensões.
Dada a urgência dessa agenda como causa estruturante da desigualdade histórica do Brasil, quais são as prioridades para o campo da filantropia e do ISP nos próximos anos no que diz respeito à equidade racial? Como acelerar esse processo de conscientização do setor? O que precisa ser feito para que a consciência se traduza em novas práticas mais contundentes e amplas?